sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu Queria Ter a Sua Vida

Embora não seja surpresa nenhuma a saudável inveja de Dave, é de se estranhar que o outro o inveje também. Na visão de Mitch, uma casa bonita, uma esposa amorosa e a segurança de um emprego estável são algo desejável, que ele nunca conseguiu. Ambos se veem desejando secretamente a vida um do ou outro, e a mágica acontece. Dali para a frente suas vidas não serão mais as mesmas. Literalmente.
Mitch (Ryan Reynolds, de Lanterna Verde) é solteiro, não tem problemas com garotas, mora num apartamento bacana e faz o que quer com seu tempo. Quem não gostaria de uma vida como essa? Seu grande amigo Dave, é claro, adoraria. Ambos se conhecem desde pequenos, mas seguiram rumos diferentes na vida. Ao contrário do amigo, Dave concluiu a faculdade, casou-se e tem três filhos. Sua vida se resume a muito trabalho e pouco lazer, entre fraldas em casa e processos no escritório. Uma vida nada invejável, se comparada à toda curtição de que Mitch goza.
A dupla é a força motriz do filme, já que o roteiro em si não se sustenta muito bem. As piadas são clichês, as cenas são exageradas e os personagens não têm história. Eles estão ali como se criados do nada. Bem, foi o caso. Ainda assim é possível rir gostosa e relaxadamente com as situações vividas. Embora algumas cenas tenham sido finalizadas de forma um tanto grotestca um excesso desnecessário os dois mantêm a história viva, circulando, e ao público, interessado em suas desventuras. Acompanhamos tudo de perto, atentos, e nos comprazemos com seus infortúnios e sucessos, simultanemente. 
Com um roteiro que não chega a ser exatamente original, Eu Queria Ter a Sua Vida consegue surpreender. Dos mesmos roteiristas de Se Beber, Não Case! Parte 2 (Jon Lucas e Scott Moore), o filme é um longa de comédia, mas com aquele pífio fundo moral tão característico das comédias românticas do cinemão. E não seria injusto chamar este filme de "comédia romântica para homens". A trama está mais centrada na vida de Dave do que na de Mitch, o que pode ser uma mensagem do diretor David Dobkin sobre a manutenção dos valores familiares tradicionais contra o hedonismo que assola os homens no século XXI. Ou pode ser apenas porque um personagem que não trabalha, não precisa de dinheiro, é bonito e não tem maiores dramas existenciais seja simplesmente raso demais para merecer metade do filme. O fato é que, profundo ou não, Ryan Reynolds consegue dar o tom certo à sua interpretação, ainda que, assim como seu personagem, fique em segundo plano frente o trabalho fantástico de Jason Bateman (de Quero Matar Meu Chefe). 
A dupla é a força motriz do filme, já que o roteiro em si não se sustenta muito bem. As piadas são clichês, as cenas são exageradas e os personagens não têm história. Eles estão ali como se criados do nada. Bem, foi o caso. Ainda assim é possível rir gostosa e relaxadamente com as situações vividas. Embora algumas cenas tenham sido finalizadas de forma um tanto grotestca um excesso desnecessário os dois mantêm a história viva, circulando, e ao público, interessado em suas desventuras. Acompanhamos tudo de perto, atentos, e nos comprazemos com seus infortúnios e sucessos, simultanemente. 

Este é um filme para ser visto a dois, ou a quatro, ou até mais. Não vai fazer você rolar de rir, mas vai provocar belas discussões em família. E, afinal, quão bom é um filme que nos põe a conversar, em vez de nos manter calados? Prepare os argumentos, o filme vai começar.


 

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